Diário de Uma Rosa

Wednesday, August 29, 2007

@ It's a New Day! @

Eu não sei o que esperar de hoje, deste dia, flor única entre todas as outras que já existiram, flor altamente efêmera e fugidia.
Mas eu sei o que posso fazer com ela: posso plantá-la no fundo da minh'alma e cuidar dela com extremoso carinho. Posso dar-lhe um nome calmo e um sentido.
Eu posso fazer dela uma maravilha ainda maior que ela mesma, se eu souber realmente como proceder: respeitar, cativar e acreditar.
Então, em 24 horas, ela se irá de mim, mas eu guardarei algo dela em minha memória, algo de sublime e profundo.
E assim, mais uma passagem da história da minha vida ficará escrita neste globo girante.
Sempre em flores de 24 horas.

Saturday, February 05, 2005

Lamento das Rosas


Todas as rosas da mesma maneira se lastimam: têm espinhos; tão belas ao olhar, tão difíceis de tratar.
Todas as rosas sofrem o mesmo drama da admiração: acabam sós, em sua efemeridade, entregues aos seus sentimentos contraditórios de orgulho e vazio.
Seriam os espinhos pura maldade das rosas? Não, não! Antes são sua frágil e ingênua proteção contra os males da vida. Mas ninguém pode compreender isso.

Thursday, February 03, 2005

A Insensatez da Rosa

Tudo parece ser como sempre foi, mas não sei, tudo parece tão diferente...
Isso não me incomodaria tanto se eu tivesse mais certeza de que eu continuo eu. Porém, a verdade é que não sei onde começa o problema: se aqui ou lá.
O jardim anda deveras colorido, cheio, exuberante, mas para mim parece desértico e vazio. Ninguém me vê realmente. Não os culpo, todavia; também já não vejo ninguém.
Eu olho para mim: anseio ser tudo, sei muito bem onde quero estar. Mas, afinal, sou uma rosa, e já nasci fincada numa terra que não escolhi. Reconheço, porém, que esse não é meu maior empecilho: na verdade, tenho medo, e mesmo que tivesse asas, nunca poderia ir.
Entretanto, há algo em mim que não me deixa desistir, algo que é maior que eu: um mundo em mim onde toda a felicidade é possível, onde a decepção não me alcança. Entristeço-me de morar "lá-aqui" sozinha; como desejo levar comigo o Beija-flor! Ele que consegue sempre ficar na divisa entre meus dois mundos, ele que consegue ao mesmo tempo ser, de um lado, a superfície dos meus sonhos, e de outro, a camada mais exposta da minha trágica realidade.